Como o Pix mudou para combater fraudes - Resenha crítica - 12min Originals
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Como o Pix mudou para combater fraudes - resenha crítica

Como o Pix mudou para combater fraudes Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
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Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 

Editora: 12min

Resenha crítica

O Pix virou o sistema de pagamentos mais usado do Brasil — e um dos mais bem-sucedidos do mundo. Mas essa popularidade trouxe um efeito colateral inevitável: a explosão de golpes digitais. Clonagem de WhatsApp, engenharia social, sequestro relâmpago, falsas centrais de atendimento e fraudes sofisticadas se tornaram presença diária na vida dos brasileiros. Para enfrentar esse cenário, o Banco Central anunciou a reformulação completa do Mecanismo Especial de Devolução (MED), que agora passa a ter critérios mais claros, prazos mais rápidos, maior responsabilidade dos bancos e um protocolo padrão para investigação e devolução de valores.
O novo sistema é mais do que uma atualização técnica. Ele tenta resolver a grande dor do Pix: o sentimento de insegurança que se espalhou entre usuários. O Radar a seguir explica por que o MED antigo falhou, como funcionam as novas regras, quais golpes motivaram a mudança, o impacto para bancos, fintechs e consumidores e os desafios que ainda permanecem — especialmente em fraudes de engenharia social, que o BC agora trata como problema sistêmico e não apenas individual.

Por que o MED antigo não funcionava

O Mecanismo Especial de Devolução foi criado em 2021 como solução emergencial para casos de fraude. Na prática, porém, funcionava de forma irregular. Cada banco interpretava regras do seu jeito, consumidores enfrentavam resistência para abrir solicitações e as devoluções demoravam semanas — quando aconteciam. O resultado foi perda de confiança.
O problema central era a falta de padronização: não havia protocolo unificado, nem prazos concretos, nem critérios obrigatórios para análise. Muitos pedidos eram negados sob argumento de “responsabilidade do usuário”, mesmo em golpes em que a vítima foi manipulada.
Além disso, bancos menores tinham estruturas fracas para investigação, e alguns simplesmente não respondiam às solicitações dentro do prazo. A sensação era de loteria: dependendo da instituição financeira, você poderia ou não ter seu dinheiro de volta.
Com o avanço dos golpes — especialmente os que envolvem engenharia social — ficou claro que o sistema era insuficiente. O Banco Central passou a ser pressionado por consumidores, Procons e pelo próprio mercado. O novo MED nasce desse diagnóstico: não dá mais para tratar fraude digital como caso isolado. É fenômeno estrutural.

O que muda com o novo mecanismo de devolução

A reformulação do MED cria três pilares: padronização, responsabilização e velocidade. Agora, todos os bancos e fintechs são obrigados a seguir o mesmo procedimento, com prazos definidos e etapas imutáveis.
Primeiro, a devolução cautelar passa a ser automática: quando a vítima abre a denúncia, o banco da conta recebedora é obrigado a bloquear o valor imediatamente. Isso evita que o golpista saque ou transfira o dinheiro nas primeiras horas.
Segundo, a análise deixa de ser subjetiva. O BC definiu critérios técnicos claros para avaliar fraude, desde padrões de comportamento suspeito até histórico de contas receptoras.
Terceiro, o prazo máximo para resposta é reduzido. As instituições precisam concluir a investigação e devolver o valor (quando confirmado o golpe) mais rápido, sob pena de sanções.
O novo MED também exige que bancos mantenham equipes especializadas e registrem todos os incidentes em uma base nacional, criando estatísticas que permitirão calibrar políticas públicas.
O sistema deixa de ser uma “boa vontade” das instituições e passa a ser uma obrigação regulatória — com impactos diretos no cotidiano dos usuários.

O que motivou a mudança: o país dos golpes digitais

A decisão do BC não surgiu no vazio. Entre 2022 e 2025, o Brasil se tornou um dos países com maior incidência de golpes eletrônicos no mundo. Engenharia social virou epidemia: golpistas se passam por filhos, parentes, bancos, atendentes, vendedores e até policiais.
Outro vetor de pressão foram os sequestros relâmpagos “modernizados”: criminosos obrigam vítimas a transferir grandes quantias por Pix enquanto circulam com elas. Casos desse tipo expuseram a vulnerabilidade do sistema sem mecanismos rápidos de reversão.
Além disso, quadrilhas especializadas passaram a lavar dinheiro abrindo contas falsas em bancos pequenos ou fintechs mal estruturadas. O BC percebeu que, sem responsabilização das instituições receptoras, o sistema continuaria vulnerável.
A pior parte é que a maioria dos golpes não envolve falhas técnicas do Pix — envolve manipulação psicológica. E isso exige abordagem completamente diferente. O novo MED é uma tentativa de frear esse efeito dominó, impondo consequência financeira aos bancos que não tratam fraudes com rigor suficiente.

Como funciona a nova devolução cautelar

O coração do novo MED é a devolução cautelar: o bloqueio imediato do valor suspeito antes da investigação final. Assim que a vítima registra a ocorrência no banco, o sistema dispara alerta à instituição recebedora, que precisa congelar os recursos por até 72 horas.
Esse congelamento impede que golpistas saquem o valor ou o dividam em contas laranjas. É uma corrida contra o tempo: golpes de Pix geralmente dependem de velocidade. O BC transformou essa velocidade contra os próprios criminosos.
Durante o bloqueio, os bancos precisam analisar movimentações, verificar inconsistências, checar se a conta receptora possui histórico de incidentes e observar padrões anômalos, como dezenas de transações pequenas vindas de estados diferentes.
Ao final, se a fraude for confirmada, o dinheiro é devolvido à vítima. Se não for possível concluir, o prazo pode ser estendido com justificativa. O objetivo é impedir que contas laranjas funcionem como “válvulas de escape” do crime digital.

A responsabilidade dos bancos aumenta

Uma das mudanças mais importantes é a transferência de responsabilidade. Antes, a culpa frequentemente recaía sobre a vítima. Agora, o foco se desloca para o banco que recebe o dinheiro do golpe.
Instituições que aceitarem abrir contas com documentos falsos, não verificarem atividades suspeitas ou permitirem transações incompatíveis com o perfil do cliente passam a ser responsabilizadas.
Na prática, o novo MED obriga bancos a reforçar compliance, análise de risco, prevenção a lavagem de dinheiro e monitoramento automático. Também cria incentivo para não permitir abertura indiscriminada de contas, prática comum em fintechs pequenas.
Se a investigação mostrar que a instituição foi negligente, ela é obrigada a devolver o valor integral mesmo que o golpista tenha sacado tudo.
É uma mudança de paradigma: segurança digital deixa de ser problema do usuário e passa a ser responsabilidade compartilhada — com peso maior para quem opera o sistema financeiro.

O elo mais frágil: engenharia social

Apesar dos avanços, o novo MED não elimina o maior problema: a engenharia social. Grande parte dos golpes acontece porque o usuário acredita estar falando com alguém confiável. Nenhuma tecnologia impede completamente a manipulação emocional.
Quadrilhas estudam comportamento, usam linguagem profissional, clonam vozes com IA, imitam atendentes de banco e exploram urgência psicológica.
O BC sabe disso e criou diretrizes específicas: bancos devem enviar alertas mais claros durante transações suspeitas, reforçar avisos em horários críticos e implementar mecanismos de dupla verificação para valores elevados.
Ainda assim, o golpe mais comum continuará sendo o mais simples: convencer a vítima a agir contra si mesma. Isso exige campanhas educativas, mudanças de interface e cultura de desconfiança saudável.
O novo MED trata as consequências. O desafio está na origem: o cérebro humano é vulnerável — e criminosos sabem exatamente como explorá-lo.

O impacto para o usuário comum

Para quem faz Pix no dia a dia, a mudança representa mais segurança. Se cair em um golpe, a chance de recuperar o dinheiro aumenta. As etapas para abrir contestação ficam mais simples, o prazo de resposta diminui e o banco é obrigado a agir.
Mas também haverá mudanças perceptíveis:

  • mais avisos de segurança durante transações;
  • barreiras extras em transferências de alto valor;
  • bloqueios preventivos mais frequentes quando há suspeita;
  • exigência de confirmação dupla em algumas operações.

Alguns usuários podem achar incômodo, mas é o preço da segurança num país que lidera índices de fraude digital.
No médio prazo, a tendência é que a confiança no Pix volte a subir — o que fortalece o sistema como referência global em pagamentos instantâneos.
 

O impacto para bancos e fintechs

Instituições financeiras terão que investir pesado em tecnologia antifraude. Sistemas de detecção comportamental, IA para identificar padrões suspeitos, monitoramento em tempo real e equipes especializadas se tornam obrigatórios.
Fintechs menores enfrentarão pressão maior: muitas não têm estrutura para investigações robustas e podem sofrer sanções se acumularem incidentes. Algumas terão de rever seu modelo de onboarding para reduzir contas falsas.
Também haverá impacto financeiro. Com a obrigatoriedade de devolver valores em casos de negligência, as instituições passam a assumir parte do risco que antes recaía exclusivamente sobre o cliente.
Isso deve elevar o nível de profissionalização do setor e reduzir o espaço para bancos de fachada e fintechs improvisadas. O jogo muda: quem não tratar segurança como prioridade será expulso do mercado pelo regulador e pelos próprios custos operacionais.

O que ainda falta e o futuro da segurança digital no Brasil

O novo MED é avanço significativo, mas não resolve tudo. Fraudes de engenharia social continuarão frequentes. Golpistas migrarão para estratégias mais sofisticadas usando deepfakes, automação e reconhecimento de vulnerabilidades comportamentais.
O BC já discute etapas seguintes: identidade digital unificada, limites dinâmicos de Pix baseados no perfil do usuário, sistemas de alerta nacional e integração completa entre bancos e polícias.
O futuro envolve também IA defensiva, que identifica padrões de golpe antes que aconteçam, e integração total com delegacias eletrônicas para acelerar investigações.
O Brasil, por ser pioneiro no Pix, está na linha de frente da guerra contra fraudes digitais. Se acertar agora, vira referência mundial.
A segurança nunca será perfeita — mas pode ser suficiente para manter o sistema robusto, confiável e difícil de explorar.

Notas finais

O novo MED representa uma mudança estrutural no sistema financeiro brasileiro. Ele reconhece que fraude digital não é falha do usuário, mas fenômeno sistêmico que exige ação coordenada. O Banco Central pressiona instituições, reforça bloqueios preventivos e cria padrões de resposta.
O desafio agora é acompanhar a evolução dos criminosos. Segurança digital é corrida de longa distância — e o Brasil acaba de ganhar impulso decisivo.

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